sexta-feira, 3 de junho de 2011

Il Rinascimento e il Balletto

Assim como o meu "eu grande" resolvi fazer um blog, para estar dividindo com vocês um pouco do meu dia-a-dia. Mas hoje, para começar, ao invés de dizer de mim, falarei  sobre uma dança muito conhecida e apreciada. Falarei sobre o balé!  


Muitos acreditam que o balé nasceu na França pela sonoridade nome ballet, ou na Rússia, onde a dança foi aprimorada, mas a realidade é que sua origem é italiana. O nome balé vem do italiano ballare, que significa "dançar".

É uma representação cênica, em que se combinam dança (bailado), música, pantomima - um teatro gestual, onde se usa o mínimo possível de palavras -, cenário e figurinos para dar um enredo ou argumento (libreto), interpretação visual tão completa que dispensa a palavra. A dança é o centro do espetáculo, embora não tenha sido assim, desde o início.




Antigamente, a dança não era um ato bem visto pela Igreja, pelo seu conteúdo pagão, apesar de ser apreciada pelo povo e os nobres. Segundo a Igreja Católica Apostólica Romana, era uma perversão, uma coisa demoníaca, porém com a Idade Moderna, que abriga o movimento Renascentista, a dança ganhou corpo.

O Renascimento foi um período de alteração na visão, ou concepção de mundo, uma visão do futuro. A próspera classe burguesa apreciava a dança em espetáculos e festas executadas em salões. A dança então dividiu-se em: danças populares e danças da corte ou balletos. Esta origem aristocrática dos balletos marcou-a como uma arte das elites, apresentando elementos típicos como roupas pomposas, ornamentos de cabeça e calçados em pés que dançavam utilizando saltitos e andar calculados.



De começo, no séc. XVI, quando o balé ainda era um divertimento de salão, a nobreza italiana declamava e dançava com acompanhamento musical, em cenários preparados; era bem luxuoso, mas não tão virtuoso.



   (Carlo Blasis)

Já no balé do séc. XIX, com Carlo Blasis, o bailado italiano tomou grande impulso.

Carlo Blasis nasceu em Nápolis, mas logo cedo foi morar em Marselha, França. Desde cedo recebeu educação em artes, junto com desenho, arquitetura, geometria, matemática e anatomia, conhecimentos que iriam colaborar para suas análises e teorias em dança. Apareceu pela primeira vez no palco em Marselha e fez turnês por outras cidades. Anos mais tarde se apresentou em Bordeaux e foi convidado para dançar na Opera de Paris em 1817, mas por se tornar alvo de inveja, teve que deixá-la. Em 1618 estreou com a companhia La Scala.

A partir de 1826 foi solista e coreógrafo do King’s Theatre de Londres. Em 1830 conheceu Annnunziata Ramaccini, que se tornou sua esposa, pupila e partner até que uma injúria na perna o levou abandonar os palcos, embora não a dança. Em 1837, se tornou diretor da Academia Imperial de Ballet de Milão, associada à companhia La Scala de Milão, com Annunziata como co-diretora. Sob sua direção, a escola se tornou líder na formação de bailarinos e Carlo Blasis enviou muitos professores ao resto do mundo para que seus ensinamentos fossem espalhados. Dessa forma, ele se tornou fundador da famosa escola italiana que, durante tanto tempo estarreceu o mundo com seu estilo vigoroso e brilhante, sendo instrutor da primeira leva de bailarinas italianas virtuosas conhecidas como plêiades.

Escreveu livros sobre dança que até hoje são referência para estudantes e profissionais do balé, principalmente os livros "Tratado elementar, teórico e prático, da dança" de 1820 e “O código de Terpsícore” de 1828.


As contribuições de Carlo Blasis, vão além: inspirado na estátua de Mercúrio criada por Giovanni da Bologna, criou a attitude –, ele foi o primeiro bailarino a executar a pirouette en attitude. Criou também o spotting – a técnica de achar um ponto e fazer a cabeça girar mais rápido que o corpo para evitar a tontura ao executar uma pirouette. Fez análises sobre a mecânica do movimento e incentivou o seu estudo junto ao da matemática para compreensão da dinâmica do alinhamento e do equilíbrio (especialmente no arabesque, sua pose favorita) e o treinamento do corpo como figura artística. No entanto, Carlo Blasis não queria que os alunos se resumissem à técnica, de fato incentivava o estudo e a apreciação das belas-artes, para refinamento do gosto e a expressão da graciosidade em cada movimento.
 
Em 1861 se mudou para a Rússia, lá ensinou para os bailarinos do
Ballet Bolshoi e, além de remontar peças de sucesso, coreografou balés próprios como “Faust” (1861), “Dois dias em Veneza” – também conhecido como “Carnaval em Veneza” (1862), “Órfã” (1862), “Pigmalião” (1863) e “Cagliostro” (que não chegou a estrear). Ficou conhecido como um dos pais do balé russo.




(Maria Taglioni)

Com Maria Taglioni, bailarina italiana, inaugura-se o Romantismo na dança, que antes já dominava a literatura. a música, o drama e a pintura. As bailarinas se tornaram seres quase irreais. Desejando realizar esse ideal de imaterialidade, Taglioni revolucionou toda a técnica e a estética da dança.
Criou o sapato de ponta, que deu à bailarina a possibilidade de flutuar nas pontas dos pés e executar proezas técnicas, e o vestido que se tornou obrigatório para as bailarinas clássicas: o tutu , vestido semi-longo, de tule, com corpete justo, que possibilita total liberdade para os movimentos. Sua mais famosa criação foi La Sylphide (1832), ainda hoje apresentado nos palcos. 

  (Tutu)







 Além do balé italiano, francês e russo, outro país de grande importância na história do balé e a Dinamarca, que obteve seu florescimento com outro italiano, o mestre Vicenzo Galeoti, que chegou a Copenhague em 1775 e lá trabalhou durante 40 anos, como bailarino e coreógrafo.

Seus bailados tinham ricas variações no tratamento da história e boas cenas de massas de bailarinos. As coreografias eram de impressionante precisão rítmica e caleidoscópica simetria.

                                                                                                                                    



E aqui vou vinalizando a história do balé! Espero que tenham gostado e até mais ~


(Off: Fontes: Enciclopédia Barsa,  http://balletmonde.blogsome.com/2008/02/04/carlos-blasis-nasce-a-escola-italiana/ , http://www.alunosonline.com.br/educacao-fisica/bale.html , http://www.balletgutierres.com.br/historiadan.htm , http://www.conexaodanca.art.br/imagens/textos/artigos/Hist%C3%B3ria%20do%20Bal%C3%A9%20%28da%20Corte%20Renascentista%20%C3%A0%20Terra%20de%20Cassiano%29.pdf  )